Vîtimas da Demolição
(Tijuca - 09.10.1976)
Na rua Conde de Bonfim, 290, existia um imponente casarão com detalhes neoclássico, introduzido em 1808 com a vinda da Família Real.
No início dos anos 20, abrigou os Frades Capuchinhos depois que a Igreja de São Sebastião foi destruída junto com o Morro do Castelo. Permaneceram no casarão até 1931, quando a nova igreja ficou pronta. Em seguida, o Correios e Telégrafos utilizou o local até sua demolição.
O chefe de gabinete do Metrô, Eugênio Matoso, justificou: "O casarão é um prédio qualquer, como muitos que demolimos para levar progresso à Tijuca. Só depois que o projeto estava pronto, é que apareceu alguém dizendo que tratava-se de um neoclássico. Se ele tinha tanta importância, porque não avisaram antes?"
Um projeto de tombamento do imóvel estava sendo estudado à anos por ser um dos últimos testemunhos da ocupação da antiga Praça Saens Pena.
"O Metrô poderia doar esse imóvel à população tijucana, como símbolo de que o progresso também sabe respeitar a memória do passado" - concluiu Olíneo Coelho, Professor, Arquiteto e Chefe do Serviço de Tombamento da Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico (DPHA).
No dia 24 de outubro de 1976, deu início a demolição do casarão..
Seu vizinho, o Mercadinho São Lucas, teve a sua demolição adiada devido a época de Natal, funcionando com 13 boxes. Foi desativado no primeiro semestre de 1977.
O comércio das ruas Pareto, Conde de Bonfim e Almirante Cochrane também foram beneficiados com a adiamento.
O mesmo aconteceu com o galpão da Mesbla, carinhosamente chamada de Mesblinha.
Fonte: Marcello Ferreira (Texto) Acervo O Globo (Foto)
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