Hospital dos Marítimos
(Andaraí – 29/07/1955)
A história do Hospital contada num sucinto cronograma:
24 de janeiro de 1923 – A previdência social no Brasil teve início com o Decreto Legislativo nº. 4.682, chamado “Lei Eloy Chaves”. Essa lei criava uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os respectivos empregados.
Década de 30 - Surgiram os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP). O primeiro a ser criado foi o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) a partir do Decreto n. 22.872 de 29 de junho de 1933.24 de janeiro de 1923 – A previdência social no Brasil teve início com o Decreto Legislativo nº. 4.682, chamado “Lei Eloy Chaves”. Essa lei criava uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os respectivos empregados.
1945 – O Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos adquiriu a Casa de Saúde São Jorge, situada na Rua Leopoldo, nº. 280, no bairro do Andaraí. O objetivo do Instituto era transferir para aquele local os serviços médicos que estavam no Hospital Graffée Guinle. Com a desativação da Casa de Saúde São Jorge, foi construído no seu terreno, um prédio de três andares para 260 leitos e uma unidade de pronto socorro, sob o nome de Hospital Central dos Marítimos (HCMAR), tornando-se uma instituição hospitalar com a finalidade de atender os segurados do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos.
29 de junho de 1955 – Inaugurado o novo prédio do Hospital dos Marítimos, (HCMAR) seguindo o estilo dos edifícios hospitalares em monoblocos dos anos 50, como o Hospital da Lagoa, da Praça da Cruz Vermelhas, entre outros. A abertura do maior centro cirúrgico do país, no bairro do Andaraí, contou com a presença do ministro Napoleão de Alencastro Guimarães e o arcebispo Dom Helder Câmara (Vídeo acima)
1963 – Admissão das primeiras enfermeiras diplomadas concursadas apesar de existirem algumas enfermeiras no hospital, porém em quantitativo inexpressivo. Existiam apenas duas enfermeiras diplomadas e a entrada de dez novas enfermeiras causou constrangimento e disputas no Serviço de Enfermagem.
1966 - O governo militar do General Castelo Branco (através do Decreto-Lei n.72 de 21 de novembro de 1966, que entrou em vigência no dia 1º de fevereiro de 1967), unificou os Institutos de Aposentadoria e Pensões e criou o Instituto Nacional de Previdência Social - INPS. Com a unificação dos Institutos Previdenciários, sucedeu o desencadeamento de uma crise no sistema de saúde nacional, elevando grandiosamente os custos da assistência à saúde.
1968 – No Hospital dos Marítimos, parte do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, passa a chamar-se Hospital do Andaraí, como parte integrante do INPS - Instituto Nacional da Previdência Social.
Década de 70 – A Unidade evoluiu seus serviços, passando a dispor de equipes médicas capacitadas a acompanhar a internação em diversas especialidades clínicas e cirúrgicas, oferecendo unidades especiais, como os Centros de Tratamentos de Queimados e Cuidados Coronarianos e o Serviço de Tratamento Intensivo, além de possuir na época, uma das maiores emergências do município do Rio de Janeiro.
1993 - A Unidade passou a pertencer ao então INAMPS, fazendo parte da Rede de Saúde Pública do Ministério da Saúde, sob a Lei nº 8689, de 27/07/1993.
2000 – Em janeiro de 2000, o Hospital do Andaraí passou para a gestão municipal do Rio de Janeiro.
2017 – O Hospital do Andaraí perdeu a sua principal referência com a desativação do seu Centro para Tratamento de Queimados.
Atualmente, o Hospital do Andaraí, pertence à rede federal de hospitais, subordinado ao Departamento de Gestão Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro, constituído atualmente por cinco prédios com aproximadamente 400 leitos de internação, emergência 24 horas e ambulatório com várias especialidades.
Curiosidades:
- Segundo depoimentos, a instituição foi erguida através de capital privado, e não através do IAPM: “o Hospital foi construído com o salário dos próprios marítimos. Eles doavam um dia de seu salário para construção do hospital [...] aquilo ali era um orgulho para os marítimos, eles diziam que aquele hospital era deles, porque foram eles os construtores do hospital.”
- Pedro Ernesto Batista, médico e político, teve uma marcante administração na área da assistência médica, construindo um número elevado de hospitais e dispensários, legando para a história do Rio de Janeiro, uma significativa herança institucional na área de saúde pública.
- Segundo depoimentos, a instituição foi erguida através de capital privado, e não através do IAPM: “o Hospital foi construído com o salário dos próprios marítimos. Eles doavam um dia de seu salário para construção do hospital [...] aquilo ali era um orgulho para os marítimos, eles diziam que aquele hospital era deles, porque foram eles os construtores do hospital.”
- Pedro Ernesto Batista, médico e político, teve uma marcante administração na área da assistência médica, construindo um número elevado de hospitais e dispensários, legando para a história do Rio de Janeiro, uma significativa herança institucional na área de saúde pública.
Entre eles, no âmbito dos hospitais IAPs – Institutos de Aposentadorias e Pensões, foram criados: Hospital dos Bancários (Atual Hospital Federal da Lagoa), Hospital dos Comerciários (Atual Hospital Federal de Ipanema e o Instituto de Cardiologia de Laranjeiras), Hospital dos Funcionários dos Transportes (Atual Hospital Geral de Bonsucesso) e o Hospital Central dos Marítimos (o prédio principal do Atual Hospital Federal do Andaraí)
- Em 1918, logo após a chegada da pandemia de gripe espanhola, Carlos chagas assumiu a gestão na assistência hospital pública á convite do presidente da república Wenceslau Braz, diante de uma enfermidade que atacou dois terços da população, fazendo onze mil vítimas.
- Em 1918, logo após a chegada da pandemia de gripe espanhola, Carlos chagas assumiu a gestão na assistência hospital pública á convite do presidente da república Wenceslau Braz, diante de uma enfermidade que atacou dois terços da população, fazendo onze mil vítimas.
O debate acerca da carência de leitos na cidade ocupou amplo espaço na imprensa cotidiana. Um médico chamado José de Mendonça, propôs, no Jornal Correio da Manhã, a construção de quatro hospitais de mil leitos cada um, entre eles um no bairro do Andaraí.
Fonte:Cinejornal Informativo n 40/55 Arquivo Nacional (Mídia) | Pesquisa: Marcello FerreiraTexto com referência:
- Livro História da saúde no Rio de Janeiro: Instituições e Patrimônio Arquitetônico 1808 – 1958 (Autores Ângela Porto, Gisele Sanglard, Maria Rachel Fróes da Fonseca, Renato da Gama-Rosa Costa)
- A reconfiguração do Serviço de Enfermagem do Hospital dos Marítimos: 1966 – 1968” (Autora: Ana Cristina Santos Merlin).
- Inspeção Especial nos Hospitais da Rede Municipal de Saúde - 4ªIGE/SCE/TCMRJ
- Livro História da saúde no Rio de Janeiro: Instituições e Patrimônio Arquitetônico 1808 – 1958 (Autores Ângela Porto, Gisele Sanglard, Maria Rachel Fróes da Fonseca, Renato da Gama-Rosa Costa)
- A reconfiguração do Serviço de Enfermagem do Hospital dos Marítimos: 1966 – 1968” (Autora: Ana Cristina Santos Merlin).
- Inspeção Especial nos Hospitais da Rede Municipal de Saúde - 4ªIGE/SCE/TCMRJ
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