(Rio de Janeiro, 09.01.1812 - 03.06.1876)
Jornalista, Alto Funcionário Público, Político
Filho de um padre negocista e briguento, Apolinário Torres Homem, e de uma mulata fôrra quitandeira no Largo do Rosário, Maria Patrícia (mais conhecida como Maria "Você me mata"), Francisco foi membro do Tesouro Nacional (1858 a 1859), presidente do Banco do Brasil (1866 a 1869), ministro da Fazenda (1870 a 1871), senador do Império (1870-1876) e Visconde de Inhomirim em 1871.
Por ser estudante do Colégio Médico-Cirúrgico da Santa Casa de Misericórdia, se graduou em Medicina em 1832, mas o seu campo de atuação era o Jornalismo e a Política, onde passou a escrever artigos políticos para os jornais.
Foi para a França onde formou-se em Direito pela Universidade de França, especializando-se em Política Econômica. Voltou para o Brasil e ingressou na Sociedade dos Patriarcas Invisíveis (1842), entidade secreta, de caráter revolucionário.
Na política, ingressou como deputado pelo Ceará (1842-1844) e, posteriormente, foi eleito por Minas Gerais (1845-1847) e pelo Rio de Janeiro (1848-1850). Ao chegar ao Senado (1870), empenhou-se em defesa da liberdade dos filhos das escravas, valendo-lhe, no ano seguinte, a comenda da Ordem de Cristo e, posteriormente, o título de Visconde.
No final da sua vida, muito doente e abatido pela asma, largou seus trabalhos legislativos e retornou a França para se tratar (desobedecendo o império em viajar para o exterior sem licença prévia), mas acabou falecendo aos 64 anos em Paris.
Homenagem: Francisco Sales Torres Homem ganhou uma rua com seu nome, em Vila Isabel, de acordo com o projeto do arquiteto e engenheiro Francisco Bittencourt, que nomearia as ruas do novo bairro com os nomes das figuras mais proeminentes da época.
Extensão: Atualmente, a rua Torres Homem começa na Praça Tobias Barreto e vai até a rua Conselheiro Corrêa, cortando todo o bairro de Vila Isabel. Numa das esquinas, especificamente com a rua Visconde de Abaeté, se encontra um dos polos gastronômicos do bairro, chamado de "quadrilátero do álcool".
Curiosidade: Torres Homem era retratado como um macaco em caricaturas da época e, apesar de ter sido mulato, é considerado o negro que conseguiu maior destaque durante o Império. Embora fosse abolicionista, o visconde não assumia sua condição de negro. Ele era contra a escravidão, mas escondia seu cabelo com perucas e usava pó de arroz para clarear a pele. Entretanto, comenta-se que foi um dos homens mais elegantes do Império: trajava sempre uma sobrecasaca rigorosamente justa e abotoada, botina de verniz, luvas e gravatas de gosto com alfinetes adequados.
Fonte:
Marcello Ferreira
(texto com referência no livro 'Três Devotos, Uma Fé, Nenhum Milagre'; material didático da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande; artigo da Folha de São Paulo e no site do AAPBB - Associação de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil.)
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