quarta-feira, 27 de setembro de 2023


 

O Canal do Despejo
(Aldeia Campista -13.10.1967)

No fim da década de 60, o Rio Joana passou por obras destinadas a nova canalização na tentativa de acabar com as constantes enchentes na Tijuca e Vila Isabel. 
No embalo das obras, foi projetado uma avenida moderna (que se chamaria Avenida do Canal), começando na rua Barão de Mesquita até antiga Fábrica Confiança, com um belo canal ladeado por árvores e uma praça, valorizando a região e incentivando a construção de modernos edifícios.

O trecho mais complexo no caminho do novo leito, foi o extinto bairro Aldeia Campista: 6 casas foram removidas entre as ruas Silva Teles e Agostinho Menezes e mais 23 casas na rua Piza e Almeida, desalojando cerca de 50 famílias (aproximadamente 200 pessoas humildes e ex-operários da Fábrica Confiança, que moravam a mais de 30 anos no local).

As casas pertenciam ao complexo de Vilas Operárias da Fábrica Confiança, e ficaram de graça para os operários que não receberam indenização após a falência da mesma.

A Administração Regional propôs 3 alternativas: Criar uma cooperativa (rejeitada imediatamente), doar material de construção sem a mão de obra para aqueles que tivessem algum terreno (apenas 3 moradores se beneficiaram), ou um empréstimo de 15 milhões de cruzeiros antigos (porém ninguém tinha 2500 cruzeiros novos à vista e mais 150 cruzeiros novos por mês para pagar a prestação da casa nova).

Sem escolha, os moradores foram removidos para a Nova Cidade de Deus, em Jacarepaguá.


Na foto, moradores reunidos na véspera do despejo. Atualmente, a Praça Luiz Alves.


Fonte: Marcello Ferreira (Texto) | Correio da Manhã - BR_RJANRIO_PH/0/FOT/06758 (Foto)
Pesquisa: Edições do Jornal Correio da Manhã

setembro 27, 2023   Postado por Marcelo Ferreira em , com Sem comentários

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