Favela do Esqueleto
(Maracanã - 04.09.1962)
Em 1941, com a paralisação das obras do Hospital de Clínica Geral Pedro Ernesto, no terreno do antigo Prado do Turf Club, os operários, á espera do prosseguimento do trabalho, se alojaram num enorme galpão vizinho onde ficava o depósito de materiais.
Com a demora na resposta do Governo, os trabalhadores transformaram os alojamentos provisórios em residências permanentes e mais de mil pessoas (homens, mulheres e crianças) passaram a viver debaixo de um único teto numa enorme e anti-higiênica habitação coletiva.
Cinco anos depois, chegou um grupo de pessoas despejadas de outra região da cidade e demarcaram terreno construindo 14 barracões próximo ao galpão, causando protestos na região. Porém, era uma época de eleições e muitos candidatos intervieram na causa, instalando diversas bicas d'água no terreno, ocasionando um impulso no crescimento da favela. E contando com a ajuda dos guardas municipais (que se contentavam com uma gorjeta de 50 ou 100 cruzeiros para fazer "vista grossa"), centenas de barracos surgiram em pouco meses na área do antigo Prado.
Em 1952, foi projetado um novo trecho da Avenida Radial Oeste (Praça da Bandeira - Rua São Francisco Xavier), que cortaria a favela. Cumprindo o convênio mantido com a SURSAN, a Fundação Leão XIII removeu 495 barracos, deslocando as famílias para o conjunto residencial Nova Holanda, em Bonsucesso.
Assim como os barracos da favela, muitos outros imóveis da região foram desapropriados para a reurbanização do local.
Em julho de 1968, foi firmado o contrato para a construção do campus universitário da UEG (Atual UERJ) no terreno da antiga Favela do Esqueleto, entre as ruas São Francisco Xavier, Turf Club e Avenida Radial Oeste.
Fonte: Marcello Ferreira (Texto) | Arquivo Nacional - 05089/BR (Foto)
Pesquisa: Edições Jornal O Globo e Correio da Manhã ; “Dissertação de Pós graduação em Historia, de Juliana Oakim Bandeira de Mello e Depoimento de ex-morador da Favela do Esqueleto
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