Favela do Esqueleto
(Maracanã- 1964)
Na década de 30, com a criação da Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados, foi iniciada a construção de um hospital do Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAP), no terreno do antigo Prado do Turf Club (1889-1893).
Por motivos políticos, a obra do Hospital de Clínica Geral Pedro Ernesto foi paralisada em 1941, e os operários, á espera do prosseguimento do trabalho, se alojaram num enorme galpão vizinho onde ficava o depósito de materiais. Com a demora na resposta do Governo, os trabalhadores transformaram os alojamentos provisórios em residências permanentes.
Sem oposição das autoridades governamentais, mais de mil pessoas (homens, mulheres e crianças) passaram a viver debaixo de um único teto numa enorme e anti-higiênica habitação coletiva.
Cinco anos depois, chegou um grupo de pessoas despejadas de outra região da cidade e demarcaram terreno construindo 14 barracões próximo ao galpão, causando protestos na região. Porém, era uma época de eleições e muitos candidatos intervieram na causa, instalando diversas bicas d'água no terreno, ocasionando um impulso no crescimento da favela. Contando, também, com a ajuda dos guardas municipais (que se contentavam com uma gorjeta de 50 ou 100 cruzeiros para fazer "vista grossa"), centenas de barracos surgiram em pouco meses na área do antigo Prado.
Fonte: Marcello Ferreira (Texto) | Marco Antônio Belandi - Acervo UERJ (Foto)
Pesquisa: Depoimento do ex-morador da Favela do Esqueleto; Edições Jornal O Globo.
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