quinta-feira, 25 de março de 2021



Órfãos do Rio Joana

(Aldeia Campista -14.10.1967)


Com as obras de canalização do Rio Joana, vieram as desapropriações de muitas casas que estavam no caminho do novo leito.

Uma dessas casas, localizada no número 357 da Rua Maxwell, foi o primeiro obstáculo das obras. Ela estava vazia e fechada a 4 meses, mas não podia ser demolida pois o proprietário não tinha recebido a devida indenização de 18 mil cruzeiros novos.

"Não posso entregar as chaves antes do recebimento do dinheiro". - lamentou o dono da casa, justificando: "Não quero penar como outros vizinhos, que entregaram as chaves e nada receberam."

Próximo dali, entre as ruas Silva Teles e Agostinho Menezes, 16 casas foram removidas. E mais 23 casas na rua Piza e Almeida, somando mais de 200 pessoas desalojadas, que moravam a mais de 30 anos no local.

As casas pertenciam ao complexo de Vilas Operárias da Fábrica Confiança, e ficaram de graça para os operários que não receberam indenização após a falência da mesma.

Muitos ex trabalhadores fabris tinham a esperança de receber, também, uma parcela da venda do terreno da antiga fábrica e lamentaram abandonar suas casas para realizar um benefício que tanto reclamaram: o fim das enchentes em suas residências.

Naquela parte do antigo bairro Aldeia Campista, denominada como um "trecho sombrio" pela administração regional, foi projetado uma avenida moderna (que se chamaria Avenida do Canal), um belo canal ladeado por árvores e uma praça, valorizando a região e incentivando a construção de modernos edifícios. 


Fonte: Marcello Ferreira (Texto) | Correio da Manhã (Foto)

Pesquisa: Edições do Jornal Correio da Manhã



março 25, 2021   Postado por Marcelo Ferreira em , com Sem comentários

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