quarta-feira, 25 de março de 2020



Bilhete de entrada do Jardim Zoológico de Vila Isabel, com o qual se fazia o jogo do bicho.
(Vila Isabel - 1895)

Em 1892, João Batista Viana Drummond, o Barão de Drummond, teve o seu mais grave problema financeiro ao deixar de receber os 10 contos da subvenção que costumava receber durante a Monarquia por conta do advento da República. Era dono do Jardim Zoológico em Vila Isabel mas não possuía investimentos em outras áreas.

O mexicano Manuel Ismael Zevala, que havia trazido para o Rio, sem muito sucesso, o jogo das flores lhe deu a ideia de que seria mais lucrativo investir no jogo do bicho.

Assim, a partir do dia 3 de julho de 1892, os visitantes que cruzavam o portão de entrada do Jardim passaram a receber um papel com a indicação de um animal, dentre os 25 que havia naquele Zoológico, para o sorteio que poderia proporcionar uma quantia vinte vezes superior a que foi paga pelo ingresso. Levava o prêmio quem tivesse designado no bilhete o nome e o desenho do animal que no final era revelado em um quadro no alto de um mastro, na entrada do Jardim.

Foi um sucesso, resolvendo temporariamente a crise do Zoológico e do Barão de Drummond. Zevala também não saiu mal dessa história, ficando com o cargo de gerente do zoológico.
O jogo do bicho, ou simplesmente o bicho, hoje tão popular e democrático, surgiu como um divertimento da alta sociedade fluminense, como mostram os jornais da época.

No bihete acima descrito:

“LEÃO – Nº. 67307 ENTRADA NO JARDIM ZOOLOGICO – UM MIL REIS

Esta entrada dá ao portador o direito de um prêmio vinte vezes o valor da mesma, se lhe sair? o animal premiado... (válido? por 4 dias)
ESTA ENTRADA NÃO PODE SOFRER A MENOR ALTERAÇÃO"

Fonte: O Rio de Antigamente


março 25, 2020   Postado por Marcelo Ferreira em , , com Sem comentários

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